Maratona de Vancouver
01/05/2016
Tenho
lido que Vancouver está entre as cinco cidades com melhor qualidade de vida.
Pessoalmente, acho que uma das maneiras de conferir isto é correndo uma
maratona. Fui lá conferir.
Chegar a Vancouver já foi uma maratona. De Brasília
até lá, entre tempo de voo e duas escalas, foram 37 horas de viagem e um fuso
horário de - 5 horas.
Vancouver é uma cidade bastante fácil para se
locomover. É possível visitar a pé quase todos os pontos turísticos. Tem muito
verde, muitos parques. Muitas opções de comida e preços relativamente em conta.
Esta
é a 45º edição da Maratona Internacional de Vancouver. Além da Maratona, tem-se
simultaneamente a maratona de revezamento, a meia maratona e uma corrida de
8km. A maratona, maratona de revezamento e meia maratona saem do mesmo local -
Queen Elizabeth Park - e chegam no mesmo local - Canada Convencion Center, em
Downtown (a meia maratona faz percurso distinto). Uma prova
não interfere na outra, não, tem bagunça nem confusão. Segundo a organização,
no total são 16.000 corredores inscritos para todas as distâncias.
O valor
da inscrição da prova foi de 100 dólares canadenses, aos quais se adiciona mais
50 de outras taxas e imposto e tem-se a inscrição por 150 dólares canadenses, o
que em reais equivalia em janeiro a R$ 450,00. Compensação, hotéis conveniados
dao desconto de 50% na diária para os inscritos.
O local da entrega do kit, o Canadá Convencion
Center, é de fácil acesso. Espaço amplo, tem uma boa feira, tanto vestuário
como nutrição. Muitos dos vendedores são varejistas locais; marcas
internacionais com estande de venda somente a da patrocinadora. O kit em si é
uma sacolinha manjada, uma camiseta básica e meias dúzia de amostras de barras
de cereais e hidratantes.
A prova inicia em um local, Queen Elizabeth
Park, e termina no
Canada
Convencion Center. Chegar na largada é fácil e simples, o trem não demora 20
minutos. Também da chegada da prova para os hotéis de downtown é bem perto,
vai-se andando.
Durante a semana a temperatura esteve entre 8ºC
e 14Cº, nublado e até chuva. Dia de prova é outra coisa. O dia amanheceu com
céu completamente
aberto,
sol a mostra e temperatura de 14ºC com previsão de 24ºC.
A concentração para a
largada no Queen Elizabeth Park é bem tranquila. O parque é amplo e a estrutura
oferece boa comodidade para a espera até a hora da largada - as 8:30h - com
postos médicos, água e centenas de banheiros químico. No percurso, água a cada
3km, isotônicos a cada 5km. Problema: os pontos de hidratação são péssimos, em
cima da pista, e curtos, uma confusão. E mais, a quantidade de água no copinho
é de meros 50 ml, insuficiente para mim.
A prova começa e ao final do primeiro km já dá
para saber que bicho virá: trechos íngremes com curvas longas sucessivas.
Vai-se nessa toada - aclive e curvas - até o km 9. Neste ponto uma subida íngreme
de verdade, longa que só termina no km 11. O que termina é a subida íngreme,
porque até o km 20 continua a interminável sucessão de sobe e desce, e sobe e
desce...com suas curvas abertas. Do km 20 ao 22 uma forte descida nos leva
a beira mar, é preciso cuidado para não
cair nem machucar.
Embora o sol esteja aberto, e forte, do km 9 ao
22 corremos dentro de um parque. Isso permite que a temperatura não incomode.
Do km 26 ao 29 deixamos a praia e voltamos aos
sobe e desce ate que ...do km 29 ao 30 para atravessar uma ponte, outra baita
subida íngreme. No km 32, já a beira mar, entramos - contornamos - em outro
parque, o Stanley Park. Aqui o trajeto é praticamente plano, mas como nem tudo
é perfeito, aqui o percurso é um verdadeiro ziguezague, não tem 200 metros em
linha reta, o que exige muita concentração pois te deixa tonto.
Nestes
últimos 10km não tem sombra e o sol castiga um bocado. E só para não
esquecermos que estamos na maratona de Vancouver, os últimos 2km que levam a
linha de chegada no Canada Convention Center são em subida!
Ao
longo da prova têm-se muito poucas pessoas torcendo, mas por causa do revezamento,
tem sempre corredores por perto. Torcida mesmo pra valer só nos 2km finais.
Creio ter sido esta a maratona mais difícil da
minha vida. Antes mesmo de largar, só imaginando o calor previsto e a
altimetria, eu já não tinha muita expectativa. Quando terminei o primeiro km,
aquelas subidas em curvas abertas e longas, imaginei que terminaria com umas 5
horas. Não sei como, terminei os primeiros 10 km com 56 min. Nos outros 10 km,
que não foram mais fáceis, consegui ser mais rápido e completei a meia em menos
de 2 horas. Do km 22 em diante consegui manter ritmo. A velocidade só foi
caindo muito depois do km 35. Mas ai só faltavam 7km.
Completei a prova em 4:11:35.Comparado com o
tempo do vencedor, e mesmo com meu histórico, fui muito bem.
A única explicação que tenho para este feiro e
que desta vez não tive medo das subidas. Fiz vista grossa para todas as
subidas, fiz careta e mandei ver. Alguém já disse: maratona e um exercício
mental.
Eu nunca
tinha corrido uma maratona com tantas subidas, com tantas curvas e ziguezagues.
Com a ressalva destes senões, o percurso é muito bonito e mais que compensou o
esforço.
O
vencedor da prova foi o queniano Daniel Kipkoech, com 2:21:04; em segundo
chegou o etíope Habteselassa L. Gemechu com 2:21:06 e em terceiro o canadense
Ryan DAy, com 2:36:44. No feminino a americana Hirut Guangul com 2:39:52 e em
segundo outra americana, Allinson Macsas com 2:42:07.
Carlyle Vilarinho
OVERALL PLACE | 1534/4911 |
BIB | 4695 |
CATEGORY | M55-59 |
GENDER | M |
CITY | BRASILIA |
PROVINCE | BRA |
COUNTRY | BRA |
GENDER PLACE | 1077/2922 |
CATEGORY PLACE | 62/221 |
TEAM NAME |